DEFINIÇÃO
Expressões como: "Esta vendo? Deus te castigou"!" são erroneas e não devem ser ditas. Deus não profere um julgamento a cada ato da pessoa. Ele criou leis que regem a vida universal e é de acordo com uma dessas leis que as consequencias de nossos atos vem natural e automaticamente.
Todas as nossas ações acarretam consequencias, que serão boas ou más conforme o ato praticado. Não há uma única imperfeição da alma que não traga desagradáveis e inevitáveis consequencias; e não há uma só virtude que não seja fonte de alegria, de recompensa.
Podemos, pois, dizer, de modo simbólico, que tudo é medido e pesado na balança da justiça divina.
Lei de causa e efeito ou lei de ação e reação chama-se essa lei divina, pela qual, cada ato do ser, corresponde um efeito, um estado, uma obra. Alguns a chamam também Lei do Retorno. E Jesus a ensinou, afirmando: "A cada um será dado segundo as suas obras". (Mt. 17 v. 27)
O efeitos
Aparecimento
O retorno de uma ação, o aparecimento dos seus efeitos pode se dar:
de imediato - Pratica-se um ato e, logo, a curto prazo ou um pouco mais tarde se recebe a consequencia, a reação, mas ainda dentro desta encarnação;
após a morte - às vezes, o efeito do que fizemos como encarnados sómente aparece na vida espiritual;
na reencarnação - O que fizemos numa existencia pode vir a se refletir em outra de nossas vidas, em outras reencarnação. Assim certas falhas (que não parecem punidas nesta vida) e certas atitudes que não parecem recompensadas) terão certamente os seus efeitos; se não for nesta vida, o será na vida espiritual ou em uma existencia corpórea.
Sua duração
Os efeitos de uma ação (boa ou má) perduram enquanto não terminar o impulso que os criou.
Ex: Uma bola, atirada, rola até que termine a forma do impulso que demos ao jogá-la; se o impulso foi forte, a bola tende a rolar mais tempo. No entanto, depois de a termos lançado, podemos colocar um obstáculo à sua frente, que venha faze-la parar.
Assim, se estivermos sofrendo as consequencias de um ato mau que praticamos, podemos realizar ações boas; elas agem em sentido contrário a essas consequencias, fazendo os efeitos diminuirem ou, até mesmo, desaparecerem.
A prática do bem é o obstáculo que impede o efeito do mal de continuar em seu curso normal.
Disse Jesus: " Muito lhe foi perdoado porque muito amou, mas a quem pouco se perdoa é que pouco ama" (Lucas, 7 vs 47).
Entendamos que, se alguém ama, age para o bem e melhora sua situação compensando com o bem o mal que fizera.
Se não ama, não faz o bem, por isso fica sofrendo os efeitos se seus atos maus, fica "sem perdão". Repetindo o ensino do Cristo, Pedro esclarece em sua epístola: " O amor cobre a multidão de pecados".
(Pedro I, 4 v. 8)
Sua intensidade
Conforme a natureza da ação, será o tipo dos efeitos e o seu alcance.
Ex: Se esfregarmos um pouco a pele, ela pode se irritar; mas o efeito lo passa e o próprio organismo faz a sua recuperação.
Mas se cortarmos a pele, ultrapassando o limite de sua resistencia normal o sangue aparece, ficamos expostos a infecções, etc. Então, teremos de tomar medidas especiais: estancar o sangue, limpar o ferimento, aplicar remédio, proteger o local e evitar feri-lo novamente, até que cicatrize. E, enquanto isso, não poderemos usar livremente o corpo ferido.
Assim, também, conforme o empenho que pusermos num ato, teremos consequencias leves ou mais profundas: Quando forem profundas, precisaremos agir mais no sentido da recuperação do que houvermos lesado (seja a nós mesmos, a pessoas, sociedades ou à natureza).
A questão da intensidade dos efeitos vale, também, para os bons atos. Sentir um pouco o bem e fazer um pouco o bem produz efeitos, mais leves; insistir no bem, colocar todo o sentimento e capacidade em sua prática, produz efeitos mais intensos e profundos; mais difícieis de serem modificados pelos adversários espirituais, consolidando o bem em nós.
Ante a lei de causa e efeito
Diante dos efeitos desagradáveis, pelos quais estivermos passando, nossa atitude deverá ser:
da resignação, ante tudo o que não nos for possível mudar, aceitando sem revolta, por sabermos que é consequencia de nossos próprios atos ou, então, necessidade de aprendizado espiritual.
de ação para o bem, não só para atenuar ou anular os efeitos maus que tenhamos causado e restaurar a hormonia da vida em nós e ao nosso redor, mas, também, para semear novas e melhores condições de vida em nosso caminho, já e aqui (nesta existencia), ou para o futuro (no mundo espiritual ou em novas encarnações).
A justiça e misericórdia divinas estão harmoniosamente unidas nesta lei, que faz do próprio ser o árbitro, o juiz de sua sorte, para sofrer os efeitos duramente ou suavizá-los e até anulá-los, além de poder construir mais e mais sua própria felicidade.