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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

OS ESPÍRITAS E O CASAMENTO - Curso Básico da Doutrina Espirita



















Casamento: União espiritual e Física

À luz do Espiritismo, o casamento monogâmico, união permanente de um homem e uma mulher. 

- É um progresso na marcha da humanidade (representa um estado superior ao de natureza, em que vivem os animais);

- Atende à afinidade (que unem os semelhantes) ou à necessidade de expiações (resgate ou correção de erros cometidos anteriormente), ou a missões (que regeneram e santificam);

- Resulta de resoluções tomadas na vida do infinito, antes da reencarnação dos espíritos (livremente assumidas pelos que já sabem e podem fazê-lo, sob orientação dos mentores mais elevados os que não estão habilitados para isso).

Tem pois, o casamento um iniludível caráter e implicações espirituais. Deve se basear no afeto e na responsabilidade recíprocos a ser respeitado e mantido o mais possível. Empenhemo-nos com toda a boa vontade, tolerância e devotamento aos nossos compromissos conjugais.

Divórcio: possível mas não aconselhável

O casamento não é indissolúvel de um modo absoluto, porque, sendo pouco evoluídos, os espíritos encarnados na Terra nem sempre atendem ao que ficara planejado na vida espiritual e nem sempre respeitam os compromissos que assumiram. Em alguns casos, a impossibilidade de separação do casal traria grandes danos morais e psicológicos aos cônjuges e poderia levar a atitudes desesperadas, como o suícidio ou homicídio, sendo preferível, antes, a separação.

Respondendo aos israelitas sobre o divórcio, Jesus esclareceu: " Moíses vos permitiu repudiar vossas mulheres por causa da dureza dos vossos corações, mas ao princípio não foi assim". (Mt. 19:8) É ainda pela dureza dos corações humanos que muitos casamentos se desfazem e o divórcio acontece.
Antes de concretizarmos uma separação conjugal, recorramos a todos os rcursos de compreensão e harmonização possíveis:

- aconselhamento de psicólogos experimentados em assuntos de casais;

- meditação, oração e reuniões de assistência espiritual (muitas vezes a desarmonia do casal está sendo provocada ou estimulada por nossos adversários espirituais).

Em caso da separação se tornar inevitável, convém que os cônjuges aguardem algum tempo sem assumirem novos interesses ou compromissos afetivos, para não obstar uma possível reconciliação.

Quando o divórcio acontece, não acaba com o objetivo espiritual daquele casamento, que apenas fica adiado e terá de ser retomado em outra oportunidade (talvez em outra encarnação). Só que a situação poderá ter-se agravado e ficado mais difícil para o cônjuge feitoso, pelo ressentimento e desconfiança que gerou ou por haver perdido a mais propícia das condições para concretizar aquele objetivo.

Os cônjuges que souberem respeitar seu compromisso conjugal, tolerando-se e ajudando-se mutuamente, só terão a ganhar espiritualmente. Além de terem vencido suas provas ou expiações e de bem haverem cumprido seus deveres junto aos filhos, terão desenvolvido ou solidificado entre si invisíveis e duradouros laços de confiança e estima que os unirão de modo amigo e feliz, aqui e na vida do Além: Quem cumpre fielmente seu papel espiritual e material no casamento, mesmo que seu cônjuge não cumpra bem sua parte, ficará liberado no plano espiritual da obrigação que o trouxera a esse casamento aqui na Terra


O casamento dos espíritas

Que forma social ou religiosa devem os espíritas dar ao seu  casamento?

Deve estar faltando orientação sobre isso nos Centros Espíritas porque, quando chega o momento de casar, muitos espíritas ainda não se sentem suficientemente esclarcidos ou convictos a respeito.

Examinemos, portanto, a questão. Faremos o estudo por etapas, pois apresenta diversos aspectos.

Quando os noivos são, ambos, espíritas

O casamento civil sempre será observado, pois o Espiritismo, seguindo o evangélico preceito "dai a César o que é de César", recomenda obediência às leis humanas que visam à ordem social.
Mas nenhuma cerimônia religiosa deverá ser programada, pois o Espiritismo - que nos procura libertar das exterioridades para nos ligar diretamente à vida espiritual - não tem sacramentos, dogmas ou rituais quaisquer nem sacerdócio organizado para efetuá-los.
Isto não quer dizer que falte ao espírita, em seu casamento, o aspecto espiritual. Pelo contrário, a espiritualidade estará presente em tudo.

Vejamos, por exemplo (relato ao final desta aula), como foi feito o casamento de Mário e Antonnina, ambos, espíritas, contado por André Luiz, no seu livro "Entre o Céu e a Terra", psicografado por Francisco C. Xavier:
- houve cerimônia civil;
- não houve cerimônia religiosa;
- a comemoração espiritual foi realizada em Centro Espírita (para  não dar o caráter de cerimônia religiosa oficial);
- a prece foi  proferida por uma familiar dos noivos (para fazê-la não é preciso convidar um Presidente de Centro, um orador espírita, um médium, nem é preciso que um espírito se comunique para "dar a benção");
- houve intensa participação espiritual dos noivos, dos familiares e convidados, bem como dos amigos desencarnados.
Os noivos que forem verdadeiramente espíritas - mesmo que suas familias não o sejam e queiram dar outra opinião - já sabem como se casar perante a sociedade e a espiritalidade.
E nenhum Centro ou Sociedade verdadeiramente espírita deverá realizar casamentos (quer em sua sede, quer em casa dos noivos ou outro local), pois o Espiritismo não instituiu sacramentos, cerimônias, rituais ou dogmas.

Quando só um dos noivos é espírita

Neste ponto, vamos expender uma opinião pessoal, que formulamos buscando o melhor entendimento espírita para a atualidade que vivemos. Que esa opinião seja meditada pelos confrades e aceita ou não, segundo o livre-arbítrio de cada um.
Inicialmente, é preciso considerar que vivemos numa sociedade em que predominam, de longa data, ídéias e fórmulas religiosas diferentes das verdade espíritas. E se nós, espíritas, não mais nos prendemos a essas idéias e fórmulas religiosas predominentes, outros (que são a maioria) ainda não conseguem se libertar delas.
Por outro lado, é certo que o espírita precisa ajudar  a renovação das idéias religiosas e não conseguirá isso, se ocultar sempre o que já conhece e se ceder sempre aos atuais costumes religiosos. Além do que, o espírita tem o direito de não ficar preso às fórmulas religiosas que nada mais lhe significam.
Como fará, então, o espírita, quando o par escolhido for de outra religião? Parece-nos que deverá:
- procurar, logo na fase do namoro, verificar o entendimento religioso do futuro cônjuge;
- se houver possibilidade evolutiva no parceiro, trazê-lo ao entendimento espírita;
- não havendo essa possibilidade, analisar se, memso assim, os fatores de união persistem ou se é oreferível não levar adiante o namoro.
Se apesas da divergência religiosa, os laços afetivos e compromissos anteriores (assumidos no plano do espírito, como diz Emmanuel) levarem ao casamento, então o espírita se defrontará com a questão de forma de realizar esse casamento.
Quando o parceiro não-espirita tiver sincero fervor na religião que professa, a ponto de sentir-se "em pecado" e com treaumas morais sem a cerimônia que o seu credo estabelece, parece-nos que o espírita (que está mais livre de injunções dogmáticas) poderá aceitar a forma externa do casamento segundo o costume da religião do seu cônjuge. Que "pecado" poderá haver, do ponto de vista espiritual, em comparecermos a uma igreja qualquer, e partilharmos de uma prece, feita ela deste ou daquele mode?
Esta tolerância, porém, tem seus limites. Só se justifica diante de uma verdadeira necessidade espiritual do parceiro e não quando ele for religioso apenas de rótulo ou por convenção social. Nem deverá ser concedida quando a exigência de cerimônia é feita pela familia dos noivos, sem qualquer necessidade espiritual destes.
Também não ieá a tolerância ao ponto de o espírita aceitar os sacramentos individuais (batismo, confissão, comunhão) para a realização da cerimônia. Somos livres para acompanhar o cônjuge à cerimônia indispensável para ele mas, também, somos livres para não aceitar imposições pessoais, a que só com hipocrisia poderíamos atender. Caberá à outra parte conseguir a dispensa dos sacramentos individuais para o espírita.

E o vestido branco?

Vestir-se a noiva de branco faz parte dos costumes e tradições de nosso povo mas, a rigor, não é obrigatório nem mesmo na igreja católica.
Case-se com esse traje a jovem que assim o quiser, usando-o no civil ou na festa familiar, sem precisar querer uma cerimônia religiosa só para vestir o seu vestido branco, pois essa moda nada tem a ver com a religião ou espiritualidade.
(Adaptação do artigo de Therezinha Oliveira, publicado em "Alavanca", de Campinas-SP, em maio de 1974).

O casamento de Mário e Antonina

"Mário e a viúva esperavam efetuar o matrimônio em breves dias. Visitamos o futuro casal, diversas vezes, antes do enlace que todos nós aguardávamos, contentes.
Amaro e Zulmira, reconhecidos aos gestos da amizade e carinho que recebiam constantemente dos noivos, ofereceram o lar para a cerimônia qu, no dia marcado, se realizou com o ato civil, na mais acentuados simplicidade.
Muitos companheiros de nosso plano acorreram à residência doo ferroviário, inclusive as freiras desencarnadas que consagravam ao enfermeiro particular estima. A casa de Zulmira, enfeitada de rosas, regorgitava de gente amiga.
A felicidade transparecia de todos os semblantes. À noite,. na casinha singela de Antonina, reuniram-se quase todos os convidados novamente.
Os recém-casados quariam orar, em companhia dos laços afetivos, agradecendo ao Senhor, a ventura daquele dia inolvidável. O telheiro humilde jazia repleto de entidades afetuosas e iluminadas, inspirando entusiasmo e esperança, júbilo e paz. Quem pudesse ver o pequno lar, em toda a sua expressão de espiritualidade superior, afirmaria estar contemplando um risonho pombal de alegria e de luz.
Na salinha estreita e lotada, um velho tio da noiva  levantou-se e dispôs-se à oração. Clarêncio abeirou-se dele e afagou-lhe a cabeça que os anos haviam encanecido, e seus engelhados lábios, no abençoado calor da inspiração com que o nosso orientador lhe envolvia a alma, pronunciaram comovente rogativa a Jesus, suplicando-lhe que os auxiliasse a todos na obediência aos seus divinos desígnios".
(Do livro "Entre o Céu e a Terra", de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier)

Livros consultados:
De Alan Kardec
"O livros dos Espíritos" (pergustas: 695 a 701)
"O Evangelho Segundo o Espiritismo" - Cap. XXII

De Emmanuel
"O Consolador" - Pergunta 179