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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A CONFISSÃO E COMUNHÃO DOS CRISTÃOS - Curso Básico da Doutrina Espirita





Que é confessar:

A palavra confessar tem dois sentidos principais:

1) declarar, revelar - Jesus queria que os seguidores o "confessassem  diante de todos (lc. 12:8/9), ou seja, que o reconhecessem e o declarassem como o seu mestre espiritual";

2) reconhecer a realidade de uma ação, erro ou culpa - Neste significado é que mais costumamos empregar a palavra confissão. Importante é saber reconhecer o acerto ou erro de nossas atitudes ou atos, para, a seguir, perseverar no que for certo ou começar a corrigir o que estiver errado.



Os três modos de confessar

1) Intimamente (diretamente a Deus)

" Examine-se, pois, a si mesmo o homem" (Paulo, I Cor. XI, v. 28).

Em uma parábola (Lc. 18/13). Jesus conta que o publicano, em confissão íntima, fez justa avaliação de seu estado espiritual, suplicou o amparo divino para se melhorar e, com esse proceder, alcançou o benefício que pedira.
A confissão íntima é feita quando o assunto não requer maior comunicação com os nossos semelhantes ou para não prejudicar ou sobrecarregar desnecessariamente a outrem com aflições ou problemas.



2) Uns aos outros

Recomenda Tiago, em sua epístola (cap.5:16): "Confessai, pois os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados".

Essa confissão, benéfica e necessária ao convívio hmano, é o diálogo fraterno e franco através do qual podemos:

- expor problemas e dificuldades a quem nos possa entender e ajudar;

- esclarecer ou prevenir mal-entendidos, aprofundando o entendimento e mantendo a harmonia;

- revelar arrependimento e desejo de reajuste e reconciliação.

3) De público

a) Ela pode ser um apoio para não mais reincidirmos numa falta, porque, feita ante todos, com a promessa de não voltar a falir, o sentido de dignidade pessoal nos leva a procurar manter o compromisso publicamente assumido. João somente batizava aqueles que confessavam, publicamente o seu arrependimento.

b) É necessária para reparar males que prejudicaram a outros de modo também público, pois faz que a verdade se restabeleça logo e amplamente.

Em qualquer das três formas, temos a confissão cristã, que constitui uma comunicação nossa, mais sincera e aberta, com Deus e com o próximo. Confissão que nos libera de angústias, tensões, temores e complexos de culpa, renovando-nos as passibilidades diante de nós mesmos e dos outros.

E é uma forma de caridade o saber ouvir, acolher, desculpar, reanimar e orientar aos que nos procuram para uma confissão fraterna.

A Confissão auricular

Ela não existia entre os primeiros cristãos. Foi instituída posteriormente, sob a alegação de que Jesus teria concedido aos apóstolos um poder especial para a remissão dos pecados que lhes fossem confessados.

Jesus absolutamente não concedeu a ninguém, uma autorização para, em lugar de Deus, decidir quanto aos erros humanos. Quem, na Terra, teria condição de saber se uma confissão é completa e se a contrição é verdadeira? A consciência individual é sagrada e só depende de Deus, diretamente.

Em que se teriam baseado para instituir o que chamam de sacramento da confissão? Numa afirmativa de Jesus: "tudo o que ligardes da Terra, terá sido ligado no Céu, e tudo o que desligardes na Terra será sido desligado no Céu".

Examinemos as duas passagens em que essas palavras foram registradas:

Mateus, 18:18 - O assunto é o perdão das ofensas. Jesus esclarece: quem não perdoa fica ligado ao ofensor (por laços mentais, fluídicos, mágoa, ressentimento, revolta). Se não for possível a reconciliação, perdoemos nós e procuremos esquecer tudo, para nos desligarmos do ofensor e não sofrermos prejuízos espírituais.

Mateus, 16:18 - Pedro recebe por revelação espiritual que Jesus é o Cristo. Jesus afirma que sua igreja (agrupamento) se apoirá em comunicações espirituais assim e que Pedro terá "as chaves do reino" (como médium servirá ao intercâmbio mediúnico). Quem aprende a fazer o intercâmbio mediúnico também terá, como Pedro, "a chaves do reino", devendo utilizá-las de modo elevado.

Só depois deste episódio é que vem a repetição da frase sobre ligar ou desligar na Terra e no Céu, já citada com muito mais próposito na outra passagem. Neste novo texto, fica parecendo mais uma indevida irterpolação, pois, como já vimos, cada um é que se "liga" ou "desliga", pelo que pensa, sente e faz, tanto na vidade espiritual (Céu), como na vida material (Terra).

Jesus, o pão da vida

No cap. 6 do evangelista João, Jesus fala de si mesmo e de sua missão: "sou o pão da vida", que desce do céu e dá vida ao mundo" (Vx. 33 e 35). Disse, também que devemos "comer" sua "carne" e "beber" o seu "sangue" (v.53).

Mas explicou que falava de forma simbólica (v.63).
O significado é:

- Jesus veio de planos mais altos (desceu do Céu);

- para oferecer às criaturas a Terra a verdade, o ensino (pão) que nutre a alma;

- e, como isso, fazê-las viver espiritualmente (dar vida), pois geralmente vivemos quase que só para as coisas do mundo material;

- desde que as pessoas assimilassem seu ensino, aprendessem com seu exemplo, imitassem sua vivência (comer sua carne e beber seu sangue).

O que é comungar

Disse ainda: "quem de mim se alimenta, por mim viverá" (v. 56/57).

A isto é que se chama comungar - ter comunicação, participação em comum, união em crenças, idéias, conduta.
Na ceia pascoal (já perto de deixar este mundo), Jesus usou de novo os símbolos pão (ensino) e vinho (exemplo), que reparte entre os díscuplos, significando que estava dando sua vida por eles.
E pede: "Fazei isto em memória de mim". (Lc 22:19, I Cor 11:23/25).

Seus seguidores atenderam o pedido: continuaram relembrando e seguindo os ensinos de Jesus, viviam em comunidade,  partilhavam o que tinham com todos. Havia, pois comunhão entre os primitivos cristãos. (Atos, 2 vs. 42/47).

Para comungar com Jesus


Jesus queria que os seus díscipulos e apóstolos comungassem, com ele (Jo. 15v.10) mas orava para que também outras pessoas viessem a crer nele e a comungarem com ele, para serem todos "um com o Pai" (jo. 17 vs 20/21: 15 v.10).
Comunguemos com Jesus, ou seja, procuremos entender e viver os seus ensinos, seguir o seu exemplo, amar a Deus e ao próximo.
Assim, iremos participando cada vez mais de suas idéias e de seus sentimentos e ações, iremos nos unindo a ele cada vez mais, até alcançarmos uma perfeita comunhão; e estando unidos a Jesus, estaremos unidos, também à vontade divina.